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Torcida do Botafogo é Proibida de Assistir a Jogo da Libertadores no Uruguai

Decisão do governo uruguaio gera tensão entre clubes e coloca em dúvida a segurança dos brasileiros em Montevidéu para o duelo contra o Peñarol

Por Andrey Neves

Na tarde desta segunda-feira, uma decisão do Ministério do Interior do Uruguai proibiu a torcida do Botafogo de comparecer ao estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, para o jogo de volta contra o Peñarol pelas semifinais da Copa Libertadores. O motivo alegado pelo governo uruguaio é garantir a segurança pública após incidentes violentos ocorridos no primeiro jogo entre os dois clubes no Rio de Janeiro. A decisão gerou reações imediatas de repúdio por parte do Botafogo e um clima de tensão entre torcedores e autoridades dos dois países.

O ministro do Interior do Uruguai, Nicolás Martinelli, publicou a decisão nas redes sociais, afirmando que a medida foi tomada “em virtude dos violentos incidentes que aconteceram no Rio de Janeiro durante o jogo de ida”. Segundo o ministério, a medida visa evitar possíveis represálias e assegurar que o evento ocorra sem novas ocorrências de violência. Para justificar a proibição, o governo uruguaio anexou um ofício oficial enviado à Associação Uruguaia de Futebol, destacando a alta periculosidade do evento segundo análise da Polícia Nacional do Uruguai.

Em resposta, o Botafogo emitiu um comunicado oficial em que discorda veementemente da decisão das autoridades uruguaias. O clube ressaltou que o Uruguai tem plenas condições de garantir a segurança do evento e que a responsabilidade pela integridade dos torcedores é das autoridades locais. “A obrigação de manutenção da segurança é de responsabilidade do clube local ou da Federação Confederação Nacional”, reforçou o comunicado. O Botafogo também acionou o Itamaraty, o Ministério dos Esportes e a Polícia Federal do Brasil para assegurar que as medidas cabíveis sejam tomadas para a proteção de seus torcedores.

A decisão não se restringe apenas aos torcedores. Jornalistas brasileiros presentes na cobertura da partida relataram receio quanto à segurança no local, dada a crescente tensão entre as torcidas. A imprensa uruguaia também foi apontada como um fator de intensificação do conflito, sendo acusada pelo lado brasileiro de inflamar a rivalidade ao sugerir que os torcedores cariocas agiram de forma violenta e organizada contra os uruguaios no último jogo.

A proibição gerou uma situação delicada na Conmebol, organizadora do campeonato, pois, segundo o Botafogo, a decisão pode abrir precedentes para que outros clubes impeçam a entrada de torcedores adversários sob alegações de segurança. A Conmebol ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

A situação reacende o debate sobre a responsabilidade dos clubes e federações em garantir um ambiente seguro para todos os participantes dos eventos esportivos.

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