Autódromo Internacional de Brasília recebe etapa decisiva da Stock Car com acesso gratuito, novo traçado e programação intensa para o público

O retorno do automobilismo a Brasília deixou de ser promessa distante e se tornou realidade neste fim de semana, quando o Autódromo Internacional Nelson Piquet volta a receber uma etapa oficial da Stock Car após mais de uma década fechado. O clima é de expectativa e, para muitos, de reencontro com uma parte importante da história esportiva da capital. A reabertura acontece em grande estilo, com ingressos gratuitos, esgotados rapidamente, e uma programação capaz de atrair desde fãs antigos até curiosos que nunca pisaram em um autódromo.

O circuito passou por reformas estruturais, ganhou novo traçado com 5.384 metros, 16 curvas e até seis configurações possíveis. A pista mais longa do Brasil recoloca Brasília no mapa do automobilismo nacional após anos de abandono físico e debates sobre sua revitalização. A reinauguração, impulsionada pelo Banco de Brasília (BRB), reforça a ideia de que a cidade volta a competir entre os grandes palcos do esporte a motor do país.

A etapa brasiliense é a penúltima do campeonato, o que aumenta a tensão entre os pilotos e promete disputas intensas. No sábado, os torcedores acompanham treinos, classificações e o Sprint da Stock Car Pro. No domingo, o momento mais aguardado: a corrida principal, que pode definir rumos importantes na tabela. Também há corridas da Stock Light e momentos de visitação aos boxes, permitindo ao público conhecer de perto os carros e equipes.

O acesso ao evento é controlado por reconhecimento facial e apresentação de documento com foto. Para evitar congestionamentos, a área externa será isolada, com prioridade para pedestres, transporte coletivo e táxis. O GDF colocou em operação a linha especial 109.5, que liga a Rodoviária do Plano Piloto ao autódromo. No domingo, haverá ainda transporte gratuito pelo programa de mobilidade do governo.

A organização adotou regras claras sobre o que pode ser levado ao evento: o público pode entrar com até cinco itens alimentícios lacrados, duas garrafas plásticas de 500 ml, cadeiras de praia e guarda-sol. Ficam proibidos objetos cortantes, garrafas de vidro, latas, drones e animais, exceto cão-guia. A intenção é garantir segurança sem restringir o conforto dos espectadores.

Mais do que uma corrida, o fim de semana representa um marco simbólico para Brasília. O autódromo, inaugurado nos anos 1970, recebeu provas históricas, grandes nomes do automobilismo mundial e virou referência para gerações de pilotos. Seu fechamento, em 2014, deixou lacuna esportiva e emocional na cidade. Agora, o retorno reacende planos de retomar competições, atrair novos eventos e fortalecer o turismo ligado ao esporte.

O que se vê neste momento é um esforço para entregar uma experiência organizada, acessível e segura. A programação intensa, o apelo da Stock Car e o peso simbólico da reabertura criam um cenário favorável para que Brasília reconquiste espaço no calendário esportivo nacional. O desafio, daqui para frente, será manter a estrutura ativa, bem cuidada e com agenda consistente — algo que historicamente faltou ao autódromo.

Por ora, a energia que toma conta da cidade mostra que Brasília estava pronta para receber as corridas de volta. E o público, mais do que isso, estava com saudade.