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Prática de tai chi leva qualidade de vida a pacientes da rede pública de saúde do DF

Quando foi desenvolvido, há séculos, na China, o tai chi chuan consistia em exercícios para condicionar o corpo e a mente dos soldados para as batalhas. Hoje em dia, os movimentos simplificaram-se para serem acessíveis a todos, com o objetivo de fortalecer a saúde física e mental.

Atualmente, 14 regiões administrativas que contam com unidades básicas de saúde (UBS) oferecem a modalidade na rede pública de saúde, disponibilizada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal em 2006. São realizados, em média, 250 encontros por mês em toda a rede, resultando no atendimento de três mil pessoas.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte, cerca de 50 pessoas praticam a modalidade ao longo da semana. Além dos movimentos com as mãos, o grupo também pratica a modalidade com leque.

Atualmente, 14 regiões administrativas que contam com unidades básicas de saúde (UBS) oferecem a modalidade na rede pública de saúde | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

“O tai chi chuan tem vários benefícios, seja de equilíbrio emocional e corporal, flexibilidade da mente para suportar melhor as tensões do dia a dia sem se sufocar diante do estresse. A modalidade também traz benefícios para a respiração, para o aparelho cardiovascular, para o aparelho locomotor, para o metabolismo e para envolvimento social”, explica o médico acupunturista e Referência Técnica Distrital em tai chi na Secretaria de Saúde do DF, Aristein Woo.

Segundo Gustavo Colin, professor de tai chi na UBS 1, a evolução dos alunos é perceptível à medida em que a prática é desenvolvida.

“A gente tem a parte física, mental, social, cognitiva e espiritual. No físico, nós trabalhamos músculos, equilíbrio e flexibilidade; no mental, atuamos com movimentos em sequência, que os alunos precisam decorar; no lado social e cognitivo vem essa parte das amizades, esses lados que são criados e que são muito importantes. É uma modalidade completa”, afirma.

Além das questões do bem-estar, os participantes de tai chi da UBS 1 do Lago Norte desenvolveram uma grande relação de amizade e, desde o ano passado, passaram a realizar pequenas excursões por Brasília.

São realizados, em média, 250 encontros por mês em toda a rede, resultando no atendimento de três mil pessoas

Para a aposentada Maria Betânia Matos, de 69 anos, a prática de tai chi é sinônimo de qualidade de vida. Quando ela encontrou a modalidade, em 2022, ela apresentava problemas de mobilidade nos joelhos e precisava se locomover com uma bengala. Hoje, ela conta que, graças à prática, deixou a bengala de lado.

“Antes do tai chi eu sentia que eu estava atrofiando. Todos os meus movimentos eram limitados. Depois que eu vim pela primeira vez, à convite de uma amiga, não parei mais. Venho todos os dias da semana e não troco por nada. Para mim, os benefícios foram os melhores possíveis. Eu melhorei minha memória, minha condição física. Encontrei uma grande família e o melhor de tudo: aposentei a bengala. Eu agradeço muito a Deus por ter colocado isso tudo na minha rotina”, relata.

O tai chi já faz parte da rotina da aposentada Antonieta Brandão Henriques, de 76 anos, desde 2017.

“Faz muita diferença no dia a dia, principalmente na rotina de pessoas da terceira idade. No meu caso, quando eu parei de fazer atividades físicas, me senti bastante deprimida. Quando comecei a praticar tai chi, senti uma mudança no corpo e no espírito, além de uma melhora da minha ansiedade. Quando eu saio de uma aula, saio leve. O dia rende. É maravilhoso”, conta.

Antonieta Brandão Henriques, de 76 anos, é praticante desde 2017

A redução de estresse no dia a dia também foi sentida pelo eletricista Raimundo Nonato de Moraes, de 62 anos, que também é paciente na UBS 1 do Lago Norte. “Cheguei aqui muito nervoso, com problema de concentração. O tai chi me ajuda na concentração e no equilíbrio. É qualidade de vida”, narra.

Quem pode participar e locais de atendimentos

A prática do tai chi é recomendada para pessoas de todas as idades, saudáveis ou portadoras de doenças crônicas sob controle. A modalidade é contraindicada em situações de doença aguda ou doença crônica em crise.

Atualmente, a Secretaria de Saúde do DF oferece aulas de tai chi nas unidades básicas de saúde de Águas Claras, Asa Norte, Brazlândia, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Lago Norte, Lago Sul, Planaltina, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho, Sobradinho II e Taguatinga.

Os locais, dias e horários da prática podem ser conferidos no site da SES-DF.

Fonte: Agência Brasília

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