Grupo xiita mistura atuação política e militar, com influência no Oriente Médio e além
Por Andrey Neves
Fundado nos anos 1980, em meio à guerra civil libanesa, o Hezbollah surgiu como um movimento de resistência à ocupação israelense no sul do Líbano. Com forte apoio do Irã e da Síria, o grupo se consolidou como uma força política e militar poderosa na região. Seu nome, que significa “Partido de Deus”, reflete sua ideologia religiosa xiita, mas suas ações vão além do campo espiritual.
O Hezbollah possui uma característica única no cenário internacional: atua tanto como um partido político com representação no parlamento libanês, quanto como uma milícia armada. Essa dualidade permite que o grupo tenha influência sobre a sociedade libanesa através de serviços sociais, hospitais e escolas, além de sua presença militar, conhecida por sua capacidade bélica e participação em conflitos como a guerra contra Israel em 2006.
Apoiado pelo Irã, o Hezbollah é considerado uma peça-chave na política do Oriente Médio, tendo enviado combatentes para apoiar o regime sírio na guerra civil. Esse envolvimento regional fez com que vários países, como os Estados Unidos e Israel, classificassem o grupo como uma organização terrorista. Apesar disso, dentro do Líbano, o Hezbollah continua sendo visto por muitos como um movimento legítimo de resistência, exercendo grande influência política e social.
O Hezbollah exemplifica como um grupo armado pode se transformar em uma força política, moldando a geopolítica do Oriente Médio e desafiando as fronteiras tradicionais entre política e militarismo.