Mudança no cálculo do fundo pode retirar bilhões da capital, comprometendo saúde, educação e segurança, em uma medida vista como retaliação política

O Distrito Federal enfrenta uma grave ameaça devido à proposta do presidente Lula de alterar o cálculo do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). A medida, que pretende substituir o reajuste baseado na Receita Corrente Líquida (RCL) da União pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), poderá comprometer severamente os serviços públicos essenciais na capital do país.

Especialistas preveem perdas de até R$ 800 milhões já em 2025, chegando a R$ 12 bilhões ao longo de 15 anos. Essa redução drástica nos repasses afetará diretamente áreas vitais como saúde, segurança pública e educação. O governador Ibaneis Rocha classificou a proposta como um grave retrocesso, ressaltando que o DF não atende apenas sua população local, mas também demandas de todo o Brasil, incluindo serviços de alta complexidade em saúde.

A mudança, vista como retaliação política, coloca em risco a qualidade de vida de milhões de brasilienses e compromete a infraestrutura que sustenta a própria administração federal. O secretário de Economia do DF, Ney Ferraz, destacou que delegacias, hospitais e escolas podem sofrer cortes severos, prejudicando moradores e visitantes.

A medida demonstra, segundo lideranças locais, uma falta de compromisso do governo federal com a autonomia do DF e com a manutenção de serviços fundamentais. A mobilização contra a proposta já começa a ganhar força, em uma tentativa de impedir que a capital do país seja colocada em situação de vulnerabilidade financeira e social.