Em audiência pública, governador de Goiás cita modelo goiano de segurança e acusa o governo federal de conivência com o crime organizado

Durante audiência pública que debateu a separação de presos por facções criminosas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defendeu medidas mais rígidas no sistema penitenciário e apresentou o modelo goiano como referência nacional em segurança pública. O encontro, realizado com parlamentares e autoridades, discutiu estratégias para conter o avanço das organizações criminosas e os desafios logísticos do sistema prisional brasileiro.

Logo em sua fala inicial, Caiado citou os recentes ataques de criminosos no Rio de Janeiro, onde facções utilizam drones com explosivos contra as forças de segurança. O governador lamentou a morte de um delegado e classificou o episódio como “guerra declarada” contra o Estado. Ele afirmou que o governo federal tem sido “complacente e conivente” com o crime organizado, criticando a falta de medidas firmes e a proposta de emenda constitucional (PEC) que, segundo ele, favoreceria traficantes.

Caiado destacou que, ao assumir o governo, encontrou presídios em condições degradantes, dominados por facções que promoviam festas, consumo de drogas e prostituição. Segundo ele, a gestão atual eliminou essas práticas e implantou um sistema disciplinar rígido, com isolamento total de líderes criminosos. “Em Goiás, quem manda é o Estado, não as facções”, reforçou.

O governador também defendeu o fim das visitas íntimas para presos ligados ao crime organizado e relatou o monitoramento das conversas de advogados suspeitos de intermediar ordens criminosas. “Não se trata de perseguição, mas de impedir que o crime continue sendo comandado de dentro das celas”, explicou.

Outro ponto ressaltado foi a integração das forças de segurança estaduais e federais, com atuação conjunta da Polícia Penal, Militar, Civil, Científica e Rodoviária. Caiado atribuiu a essa coordenação os baixos índices de criminalidade registrados em Goiás nos últimos anos. Ele também mencionou o sucesso dos programas de ressocialização, realizados em parceria com empresários locais, que oferecem oficinas de mecânica, marcenaria e construção civil dentro dos presídios.

Encerrando sua fala, o governador afirmou que “não se governa com complacência com bandido” e associou o tema à disputa presidencial de 2026. “Quem for conivente com traficante, o povo brasileiro não vai querer na presidência”, disse.

A audiência contou ainda com as participações do coronel Fraga e do sargento Farru, que elogiaram o modelo goiano. Fraga destacou o trabalho prisional que permite ao detento sair com carteira assinada, chamando o projeto de “verdadeira ressocialização”. Farru, por sua vez, parabenizou Caiado pela valorização das forças de segurança e defendeu que o tema seja tratado como prioridade nacional.