Diferenças no diagnóstico de autismo entre meninos e meninas destacam necessidade de maior compreensão e adaptação dos critérios clínicos
Por Kelly Souza
O diagnóstico de autismo pode ser um processo desafiador e, no caso das meninas, as dificuldades se multiplicam. Estudos recentes apontam que os critérios tradicionais de diagnóstico, amplamente baseados em estudos com meninos, podem não abranger de forma completa as manifestações do transtorno em meninas. Esse descompasso tem levado a um número considerável de diagnósticos tardios ou mesmo incorretos entre elas.
Meninas autistas costumam apresentar características sociais que diferem das observadas em meninos. Enquanto os garotos com autismo demonstram frequentemente padrões de comportamento repetitivos e interesses específicos, as meninas, por outro lado, tendem a mascarar seus sintomas por meio de um processo de adaptação social conhecido como “camuflagem”. Essa habilidade, entretanto, pode acarretar sérios impactos emocionais a longo prazo, como ansiedade e depressão, quando não há um diagnóstico correto e o devido suporte.
Especialistas alertam para a importância de critérios diagnósticos que considerem as nuances de gênero no autismo, possibilitando um atendimento mais adequado e uma inclusão verdadeira dessas meninas em ambientes sociais e educacionais. A adaptação dos protocolos de diagnóstico e uma maior conscientização sobre o tema são passos essenciais para que todas as crianças autistas, independentemente de gênero, recebam a atenção e o suporte de que necessitam.