Governador ordena fiscalização rigorosa em distribuidoras após mortes em outros estados

O governo de Goiás decidiu agir de forma preventiva diante do alerta nacional envolvendo o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica e potencialmente letal. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) determinou que a Polícia Civil, em conjunto com órgãos de fiscalização sanitária, realize inspeções imediatas em distribuidoras e empresas do setor no estado, com o objetivo de assegurar a qualidade dos produtos e evitar que a população seja exposta ao risco de envenenamento.

A medida foi anunciada após casos registrados em São Paulo, onde suspeitas de contaminação por metanol levaram a mortes recentes, acendendo o sinal de alerta em todo o país. Embora não haja relatos confirmados em Goiás, Caiado enfatizou que a prevenção é fundamental. “Não vamos esperar que uma tragédia chegue ao estado. A fiscalização vai ser rigorosa e exemplar para proteger a saúde dos goianos”, declarou o governador.

O metanol é um álcool industrial utilizado em combustíveis, solventes e produtos de limpeza, mas jamais deveria estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Quando ingerido, causa efeitos devastadores no organismo: náusea, vômito, dor abdominal intensa e, em casos mais graves, pode provocar falência hepática, cegueira irreversível e até a morte. O perigo está no fato de que o produto, incolor e de cheiro semelhante ao etanol, muitas vezes não é identificado de imediato pelos consumidores.

A operação em Goiás envolve não apenas a checagem da procedência das bebidas, mas também a coleta de amostras para análise laboratorial. Segundo técnicos da área de saúde, trata-se de uma medida urgente para conter qualquer possibilidade de circulação de lotes contaminados. “É um trabalho de proteção à vida. O consumidor precisa ter a garantia de que aquilo que está comprando é seguro”, destacou um representante da Vigilância Sanitária estadual.

Em outros estados, como Pernambuco, autoridades já investigam casos suspeitos de intoxicação ligados ao consumo de uísque adulterado em Belo Jardim. O episódio reforça a necessidade de atenção redobrada, sobretudo porque parte da produção clandestina se vale da falsificação de rótulos e embalagens de marcas conhecidas, dificultando a identificação pelos consumidores.

O governo de Goiás também pretende ampliar a campanha de orientação junto à população. A recomendação é que consumidores adquiram bebidas apenas em locais de confiança, exijam nota fiscal e desconfiem de preços muito abaixo do mercado. Além disso, sintomas como alteração visual, dor de cabeça forte e dificuldade de respirar após o consumo de álcool devem ser tratados como emergência médica, com atendimento imediato.

Com o reforço da fiscalização, Caiado busca não apenas blindar o estado contra um risco sanitário iminente, mas também reafirmar o compromisso de sua gestão com a saúde pública. “A vida das pessoas estará sempre em primeiro lugar”, disse o governador. O resultado das primeiras inspeções deve ser divulgado nos próximos dias, servindo de parâmetro para novas medidas de segurança alimentar em Goiás.