Leandro Grass | Do grito de gratidão ao silêncio do esquecimento

Published On: 27/09/2025 12:42

Compartilhar

Quem entrou no PT bajulando Lula agora amarga o papel de peça empoeirada que ninguém mais lembra de visitar

Por Ricardo Ulivestro

Leandro Grass chegou ao PT como quem encontra o paraíso. Fez discurso emocionado, agradeceu a Lula pelo “abraço generoso” e posou como a nova estrela da legenda em Brasília. Meses depois, a cena virou tragicômica: o mesmo Grass que se derretia em elogios hoje parece um figurante esquecido no elenco petista. O partido, ocupado em suas disputas internas e vaidades locais, trata o ex-distrital como se fosse invisível.

A ironia é cruel: o homem que acreditou ter encontrado uma família política descobre que não passa de parente distante. Resta-lhe o consolo de presidir o Iphan, guardião do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Cargo honroso, sem dúvida. Mas também simbólico, afinal, Grass parece ele próprio uma peça de museu, deixada num canto, sem cartaz explicativo, sem guia para apresentá-lo.

De agradecido a abandonado, a trajetória de Grass no PT é um retrato fiel de como a política pode transformar esperança em esquecimento. Lula, que um dia foi saudado como padrinho, agora assiste em silêncio. E Grass, com seu sorriso constrangido, aprende que, no jogo do poder, nem sempre a idolatria garante espaço.

Faça um comentário